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sexta-feira, 4 de maio de 2012
HISTÓRIA DO EXU MARABÔ
O reino estava desolado pela súbita doença que havia que acometera a rainha. Dia após dia, a soberana definhava sobre a cama e nada mais parecia haver que pudesse ser feito para restituir-lhe a saúde. O rei, totalmente apaixonado pela mulher, já tentara de tudo, gastara vultuosas somas pagando longas viagens para os médicos dos recantos mais longínquos e nenhum deles fora sequer capaz de descobrir qual era a enfermidade que roubava a vida da jovem. Um dia, sentado cabisbaixo na sala do trono, foi informado de que havia um negro querendo falar com ele sobre a doença fatídica que rondava o palácio. Apesar de totalmente incrédulo quanto a novidades sobre o caso, pediu que o trouxessem a sua presença. Ficou impressionado com o porte do homem que se apresentou. Negro, muito alto e forte, vestia trajes nada apropriados para uma audiência real, nu, com apenas um colar de ossos de animais ao pescoço - Meu nome é Perostino majestade. Eu sei qual o mal atinge a vossa rainha. Leve-me até ela e a curarei. A dúvida envolveu o monarca em pensamentos desordenados. Como um homem que tinha toda a aparência de um feiticeiro ou rezador ou fosse lá o que fosse iria conseguir o que os médicos mais conceituados não conseguiram? Mas o desejo de sua amada ser curada foi maior que o preconceito e o negro foi levado ao quarto real. Durante três dias e três noites o negro permaneceu no quarto da rainha pedindo ervas, pedras, animais e toda a espécie de materiais naturais. Todos no palácio julgaram isso uma loucura. Como o rei podia expor sua rainha a um tratamento claramente rudimentar como aquele? No entanto, no quarto dia, a rainha levantou-se e saiu a passear pelos gramados como se nada houvesse acontecido. O casal ficou tão feliz pelo milagre acontecido que fizeram de Perostino um homem rico, e todos os casos de doenças do palácio à partir de então eram encaminhados a ele que a todos curava. Sua fama correu pelo reino e o negro tornou-se uma espécie de amuleto para os reis. Logo surgiram comentários de que ele seria um primeiro ministro que agradaria a todos, apesar de sua cor e origem, que ninguém conhecia. Ao tomar conhecimento desse fato, o rei indignou-se, ele tinha muita gratidão pelo homem, mas torná-lo autoridade? Isso nunca! Chamou-o a sua presença e ordenou que ele se retirasse do palácio, pois ele já não era mais necessário ali. O ódio tomou conta da alma de Perostino e imediatamente começou a arquitetar um plano. Disse humildemente que iria embora, mas que gostaria muito de participar de um último jantar com a família real. Contente por ter conseguido se livrar do incômodo, o rei aceitou o trato e marcou o jantar para aquela mesma noite. Sem que ninguém percebesse, Perostino colocou um veneno fortíssimo na comida que seria servida e, durante o jantar, os reis caíram mortos sobre a mesa sob o olhar malévolo de seu algoz. Sabendo que seu crime seria descoberto fugiu embrenhando-se nas matas. Arrependeu-se muito quando caiu em si, mas seus últimos dias foram pesados e duros pela dor da consciência que lhe pesava. Um ano depois dos acontecimentos aqui narrados deixou o corpo carnal vitimado por uma doença que lhe cobriu de feridas. muitos anos foram necessários para que seu espírito encontrasse o caminho ao qual se dedica até hoje. Depois de muito aprendizado foi encaminhado para uma das linhas de trabalho de Quimbanda e até hoje quando em terra, aprecia bebidas finas e o luxo ao qual foi acostumado naquele reino distante. Tornou-se um espírito sério e compenetrado que a todos atende com atenção e respeito. Laroiê Sr Marabô! Obs.: A falange de Exu Marabô é formada por inúmeros falangeiros que levam o seu nome e esta é apenas uma das muitas histórias, que eles tem para nos contar.
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Lindo de morrer!!! Obrigada pela História. exú maravilhoso que ouviu meus pedidos e os atendeu.
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