sábado, 28 de fevereiro de 2015

ODÉ E OTIM, OS SENHORES DA CAÇA


São divindades da fartura e prosperidade. São Orixás protetores das matas e dos animais silvestres e selvagens.
Dia da semana: sexta feira
Cor: azul forte e branco para Odé e azul forte e rosa para Otim.
Guia: 01 conta azul, 01 conta branca, 01 conta azul para Odé. 01 conta rosa, 01 conta azul, 01 conta rosa para Otim.
Ferramentas: arco e flecha, bodoque, estilingue, lança e vulto (Odé - boneco masculino de madeira, Otim - boneco feminino de madeira),... Obs.: Na Nação Cabinda eles não são assentados na pedra, mas sim no vulto.
Lugar de oferendas: coqueiro de mato ou de praia.
Aves: Odé - casal de galinha d'angola e galo pintado. Otim - casal de galinha d’angola e galinha pintada.
Pombo: Odé e Otim – casal de pintado ou branco.
Quatro - pé: Odé - leitão. Otim - leitoa.
Peixe: pintado.
Frutas: butiá, coquinho, ameixa branca, cassis, coco e uva rosa.
Características: Caçadores que garantem a subsistência dos homens. Odé porta arco e flecha, suas ferramentas para a caça e Otim porta um cântaro que carrega na cabeça.
Saudação: Oke bambo.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

XANGÕ, O SENHOR DA JUSTIÇA


É a divindade da verdade e da justiça (Comporta-se ora com severidade, ora com benevolência), rei da nação Cabinda (Kamucá), dono do trovão e rei do fogo.
Xangô Kamucá Baruálofina – rei da nação Cabinda é cultuado no balé (casa de egun). Observação: Estaremos falando com mais informações à respeito deste Orixá em outra oportunidade.
Qualidades: Agodô, Aganjú e Ibeji
Dia da semana: terça feira
Cor: vermelho e branco.
Guia: seis contas vermelhas e seis contas brancas para Agodô e Aganjú. Ibeji são todas as cores com exceção do preto.
Ferramentas: machado de dois lados, balança, pena de escrever (caneta e lápis), moedas, búzios, raio de três segmentos, pilão com a mão de pilão e livro.
Lugar de oferendas: Ibeji – numa pedreira de praia ou praça de crianças próximo de balanços. Aganjú – numa pedreira de beira de praia. Agodô – numa pedreira de mato ou de cachoeira.
Aves: galo branco e casal de galinha d'angola.
Pombo: branco, branco e marrom ou cor de telha.
Quatro - pé: Ibeji – cordeiro de cor branca. Aganjú – carneiro novo e branco de aspa pequena. Agodô – carneiro branco de aspa voltiada.
Peixe: pintado.
Frutas: banana, caqui, castanha, avelã, romã e morango.
Flor: cravo vermelho e branco.
Características: rei dos espíritos, dono da verdade e da justiça, dono do trovão e rei do fogo.
Saudação: Kao Kabiecile.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

ORIXÁ BARÁ LODÊ E OGUM AVAGÃ



Nos rituais Cabinda , essencialmente no Batuque do Rio Grande do Sul, é dedicado um espaço para culto dos Orixás Bará Lodê e Ogum Avagã, geralmente a frente das casas de religião.
Este espaço, contém seu obé (faca utilizada nos rituais de sacralização) específico, já que obé do quarto de santo não deve ser utilizado neste local, assim como o obé do Lodê e Avagã, não deve ser utilizado no quarto de santo. O obé para cortar para estes Orixás geralmente é recebido junto com os assentamento destes, realizado pela maioria dos Babalorixás quando seus filhos estão com a obrigação completa.
Na maioria das casas de axé o assentamento de Bará Lodê e Ogum Avagã é realizado na casa de seu filho, onde deve ser construído o espaço específico para recebê-los.
Esses assentamentos tem a função principal, a de cuidar da casa de axé, são Orixás de rua, do movimento, ficam em local de culto exclusivo de homens ou mulheres que não mestruam mais. Bará Lodê deve ficar ao lado de Ogum Avagã, no chão, pois são Orixás da terra.
Alguns Babalorixás colocam estes assentamentos em prateleiras, no espaço externo da casa, prática esta considerada inadequada por muitos Pais de Santo, já que este Orixá tem que ficar no chão do espaço sagrado para ele.
No espaço destinado ao culto do Bará Lodê e Ogum Avagã, ficam geralmente um ou dois ecós (espécie de segurança que serve para atrair para sí as energias negativas do local) em alguidar de barro, com água e azeite de dendê, com farinha de mandioca, que é trocado todas as semanas.
Uma quartinha com água para Bará Lodê e uma quartinha seca para Ogum Avagã acompanham o local, onde ainda são servidos axés específicos para estes Orixás.
Lodê e Avagã, são Orixás do seco, por isso seus axés não devem ser despachado em dias de chuva ou com a terra molhada, não adianta parar de chover, e despachar depois. A grande maioria dos Babalorixás respeita este fundamento.
Bará não é o exu da Quimbanda, nem o diabo do Cristianismo, tampouco possui semelhanças nesse sentido. Deve ser tratado com muito respeito da mesma forma que os demais Orixás.
Nada se faz sem Bará, Orixá responsável pela abertura dos caminhos, pelo movimento, pela segurança nas ruas, assim como Ogum Avagã, que é o Ogum responsável pela rua, pela proteção de quem trabalha com ferro, trânsito e militares.

IANSÃ, A SENHORA DOS RAIOS




IANSÃ (OYÁ).
É a divindade dos ventos, das tempestades, dos raios e dos redemoinhos. Dona da aliança é muito solicitada para resolver casos de união. Também é solicitada para vencer demandas por ser uma Orixá guerreira.
Dia da semana: terça feira
Cor: branco e vermelho.
Guia: uma conta vermelha e uma conta branca.
Ferramentas: espada, par de alianças, taça, rebenque de três pernas, vassoura de crina de cavalo e búzios.
Lugar de oferendas: Iansã e Oyá - no mato próximo à uma árvore, praça, em uma árvore próximo à beira da praia, na beira da praia. Oyá Timboá - figueira de mato, Oyá Dirã - figueira próximo à cachoeira.
Aves: galinha carijó e casal de galinha d'angola.
Pombo: pintado, cinza, telha ou branco.
Quatro - pé: cabrita malhada marrom e branco, marrom ou avermelhada.
Peixe: pintado.
Frutas: amora, maçã vermelha, pitanga, cereja, framboesa, groselha, uva rosa.
Flor: palma vermelha, rosa vermelha e flor de laranjeira.
Características: rainha dos espíritos e também dona do teto e da comida.
Saudação: Epaeio.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

OGUM, O SENHOR DO FERRO

OGUM.
Por ser o Orixá guerreiro do Panteão Africano, Ogum é o patrono dos militares, sendo muito solicitado quando se deseja vencer demandas. Ao lado de Bará comanda os caminhos. Ogum também é o Orixá do ferro, do desenvolvimento e da tecnologia. 
Qualidades: Avagã, Onira, Olobedé, Adiolá.
Dia da semana: quinta-feira. E quando Ogum Avagã, ele acompanha o Bará na segunda-feira.
Cor: verde e vermelho.
Guia: verde e vermelha ou corrente de aço.
Ferramentas: espada, bigorna, martelo, serrote, pregos, alicate, corrente, facão.
Lugar de oferendas: mata, cruzeiro (encruzilhadas) aberto, cruzeiro de mato, cruzeiro de estrada de ferro, beira da praia e próximo à cachoeira.
Aves: galo prateado ou casal de galinhas d'angola.
Pombo: branco e preto, preto e cinza, cinza, marrom e branco.
Quatro - pé: cabrito malhado (branco e preto) ou branco.
Peixe: pintado.
Frutas: laranja, marmelo, framboesa, groselha e limão.
Flor: palma vermelha e cravo vermelho.
Características: guerreiro.
Saudação: Patakori Ogum. Ogunhê.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

BARÁ, O SENHOR DOS CAMINHOS


BARÁ.
Primeiro Orixá do Panteão Africano, é dinâmico e jovial. É o intermediário entre os homens e as divindades, considerado o mensageiro. Dono dos caminhos e das encruzilhadas simboliza o movimento, portanto fecha e abre os caminhos. É um orixá das questões mais imediatas relacionadas a dinheiro e trabalho. É a ele que pedimos abertura nos negócios financeiros, pedimos que leve aos demais Orixás os nossos pedidos e agradecimentos, não teremos êxito sem iniciarmos as obrigações com o Orixá Bará.
Qualidades: Elegba, Lodê, Lanã, Adague e Agelú.
Dia da semana: segunda-feira. E quando Bará Agelú, ele acompanha os Orixás de praia na sexta-feira.
Cor: vermelha.
Guia: vermelha ou corrente de aço.
Ferramentas: foice, chave, corrente, garfo e ponteira.
Lugar de oferendas: cruzeiros abertos, encruzilhadas e mato. E quando Bará Agelú, na beira da praia.
Aves: galo vermelho ou casal de galinhas d'angola.
Pombo: branco e preto, preto e cinza, cinza, marrom e branco.
Quatro - pé: bode preto para Elegba, bode preto ou qualquer outra cor para Lodê, cabrito de qualquer cor menos preto para Lanã, Adague e Agelú.
Peixe: pintado
Frutas: manga, laranja, cola, amora, butiá, maracujá e cana-de-açúcar,...
Flor: cravo vermelho.
Características: dono dos cruzeiros.
Saudação: Alupo.

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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

A REGÊNCIA DA SEMANA É DE XANGÔ AGODÔ

Regência da Semana: XANGÔ AGODÔ 23/02/2015
O Senhor do triunfo te deixará empreendedor e competitivo. Ajudará em negócios e estudos. Cautela com acidentes domésticos relacionados ao fogo e a eletricidade.
Simbologia:
Agodô é representado pelo Sokpe (machado do raio). Dia: terça-feira, bom para decisões.
Oferenda:
Amalá: mingau de farinha com carne de peito, ervas e com dendê.
Cores:
Vermelho, branco e amarelo que simbolizam idealismo e atraem movimento.
Características do Orixá:
O culto de Agodô tem origem na cidade de Havé, região próxima a Abomey, antiga capital do Dahomé, atual Benin. Para os povos ewe fon chamados de jejes aqui no Brasil, Agodô é o líder das divindades do zó (fogo). Evocação: "Su zóme liman!" (Homem lançador de fogo!)..
Axés & Magias:
Os filhos de Agodõ são justos e corajosos. As energias deste Orixá contribuirão para os nossos planejamentos. No trabalho, o clima é de comunicação, então aproveite para se aproximar mais dos seus colegas. No amor, não haja por impulso, seja paciente com os problemas do seu par e não deixe a rotina esfriar o relacionamento de vocês. Agora atenção, para bem de sua saúde, equilibre sua rotina com tarefas que te façam feliz priorizando o que realmente te traz qualidade de vida.
Para vencer dificuldades:
Forre um prato de papelão com 2 folhas de mamona. Corte1 kilo de quiabo em miúdos e refogue com cebola e gengibre ralados no dendê. Coloque tudo por cima das folhas e arrie esta magia aos pés de uma gameleira ou fícus, fazendo seus pedidos com fé à Agodõ
.
SIMPATIA DA SEMANA: PARA RETORNAR AO COTIDIANO
Acabou o carnaval, e nesta semana recomeça a realidade, e para ajudar na realização dos seus planos e atividades, passe um galinho de alecrim pelo corpo da cabeça aos pés e enterre-o aos pés de uma árvore. Faça com fé e retorne ao cotidiano com sucesso!

sábado, 21 de fevereiro de 2015

XANGÔ

" Xangô passa a comer carneiro após o seu retorno do reino de Ikú, pois ele havia se suicidado. Após um pacto feito entre Ikú e Ìyá Odù, foi permitido que Xangó voltasse à vida, pois o mundo se tornaria o caos e nada iria evoluir sem a presença de Xangô.
O carneiro até então era servido como oferenda somente aos Egún em suas diversas formas.
Xàngô voltou da morte após comer juntamente com amalá o carneiro que lhe fora oferecido, para que este tivesse força para atravessar o reino de Ikú e voltar à vida em forma de espírito " . !!!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

MESA DOS IBEJÊS E FESTADO PEIXE - ENCERRAMENTO



Mesa de Ibêjes: No sábado, após o por do sol, é realizada a cerimônia dedicada aos Ibêjes, e desta, fazem parte grande número de crianças. Estende-se uma toalha no centro do salão e coloca-se ali: doces de toda qualidade, inclusive doces de calda, arroz de leite, doce de abóbora, doce de batata doce, sagu, ambrusia, doce de coco, bolos, tortas, balas, pirulitos, bombons, um amalá, uma vela grande vermelha e branca, um bouquê de flores, as quartinhas de Oxum e Xangô, mel. Primeiramente é servido a canja feito com as aves sacrificadas para os ibêjes, e em seguida os doces. Ao som de "rezas" (axés", cantigas) que fazem parte desta obrigação, as crianças sentam-se no chão ao redor da toalha, e são servidas em número múltiplos de 6 (12,24,etc.). As crianças de colo vão acompanhadas, e mulheres grávidas também sentam-se a mesa, depois de da canja, são servidos doces e refrigerantes; distribui-se brinquedos. Nesta obrigação sempre "descem" alguns Orixás, principalmente Xangô e Oxum. Ao terminar de comer, as crianças recebem uma colher de mel, um gole de água, suas mãos são lavadas e enxugadas, levantam-se, dão voltas na mesa, ao som do alujá de xangô, enquanto é recolhido o que sobrou na "mesa" para ser colocado no peji. Os orixás são "despachados" e ficam em axerô (erê), brincam com as crianças, cantam, dançam etc... e é encerrada esta parte da obrigação. O pessoal descansa um pouco, pois logo em seguida começará o batuque de encerramento das obrigações.

Festa Do Peixe ou "Terminação"

È uma cerimônia semelhante a primeira festa realizada no sábado anterior. Porém, desta vez não teremos a obrigação da "balança". A obrigação se inicia pela "chamada" dos Orixás à porta do "quarto de santo". Depois começam as "rezas" (cantos) para Bará, Ogum, Iansã, Xangô, Odé, Otim, Obá, Ossãe, Xapanã, guando termina o axé de Xapanã despacha-se o "ecó" (conforme descrito antes) e da Oxum, Iemanja e Oxalá. Os Ibêjes, já foram homenageados anteriormente na "mesa de Ibêjes". Se tiver entregas de axés (axé de facas e axé de búzios), a cerimônia é feita após o axé da Oxum, estes graus de investidura são entregues somente aos "filhos" que tenham "aprontamento completo" e que gozem de confiança do "pai ou mãe de santo", e a partir daí estão aptos para se tornarem, também, babalorixas ou Ialorixas. Num determinado momento do axé do pai Oxalá, estende-se o Alá, no "salão"; sob este pano branco, as pessoas dão uma volta na "roda"(de dança) para obter as bênçãos do orixá. Terminado o axé de Oxalá, é feito uma obrigação, na qual os Orixás Ogum e Iansã, simulam uma bebedeira e o combate de espada entre si, para lembrar a "passagem" (história oral) em que Iansã, legitima esposa de Ogum, embebeda o Orixá para fugir com Xangô. Na dramatização do fato incluem-se a Adaga de Ogum e a Espada de Iansã, para simulação da luta, e garrafas contento "Atã" (uma bebida ritualisticamente preparada para o Orixá Ogum) , que os dois Orixás simulam beber , e Ogum acaba ficando "bêbado", dando margem para traição de Iansã.

Terminada a "festa", há distribuição dos "mercados", as comidas rituais preparadas para os Orixás; neste é obrigado ter peixe junto com outras iguarias como: acarajé, frutas, pipoca, polenta, etc.... Estes alimentos são condicionados em bandejas descartáveis e enroladas em papel de embrulho, para que as pessoas levem para suas casas a energia dos orixás, contidas nas "comidas". É bom deixar bem claro que nem todos os terreiros e casa de nação tenham um segmento único, cada um tem seu particular ritual e as diferenças existem, cada um faz de acordo com que aprendeu na sua raiz. As idéias contidas nestes textos, não são para porem a público os segredos dos rituais, pois tudo que está escrito não representa um quinto das obrigações feitas nos terreiros, a cada passo de uma obrigação de festa ou de matança envolve inúmeros afazeres que se fossemos escrever daria um livro de proporção enorme, já que nossos fundamentos são passados de forma oral, não teria por que expor os segredos, o conteúdo deste site, no entanto serve para os interessados na cultura africana, conhecerem um pouco do nosso batuque praticado no sul do Brasil. Para formar um Babalorixá ou uma Ialorixá, leva-se muitos anos, não seria estas poucas linhas o todo de nossa religião,. Não sou fanático pela, porém, amo demais os Orixás, tenho consciência de seus poderes, e vou fazer o que puder para a preservação do culto, com as bênçãos de Oxalá.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A FESTA



No dia da festa o salão é enfeitado com as cores do Orixá homenageado, e as cores dos axós (roupas) também obedecem a esse padrão. Numa festa para Xangô, as cores preferenciais para todos é o vermelho e branco, o que não significa que todos tenham que usar somente essas cores, os filhos de oxum , por exemplo, podem usar o amarelo.

A abertura da festa se da com a chamada(invocação aos Orixás), feita com a sineta (adjá), e o sacerdote se ajoelha em frente a seu peji (quarto de santo), saudando de Bará a Oxala e pedindo para os orixás tudo de bom para este evento. Isto feito, os tamboreiros (alabês) começam a tirar (cantar) as "rezas" de cada Orixá, forma-se a roda para dançarem, no centro do salão, movimentando-se no sentido anti-horário. A cada Orixá correspondem coreografias especiais, relacionadas às suas características; nesta roda só dança quem é pronto, que tenha bori ou obrigação de quatro pés no ori (cabeça). 

Tira-se as "rezas" de Bará até Xangô, quando, interrompe-se tudo para formar a "Balança", nesta só participam os que tem aprontamento completo, com Orixás assentados; É uma cerimônia realizada somente em festa que tenha sido sacrificado animais de quatro pés, (em obrigações só de aves não se faz balança), é considerado o ponto crucial da obrigação, esta "roda" traz Orixás e se mal executada pode levar "gente". Se romper a balança, algo de muito grave poderá acontecer, possivelmente a morte de alguém que participa da "roda de prontos"; por isso é bom escolher bem quem vai participar de uma obrigação tão séria como esta. A balança é de Xangô, e o número de participantes é de seis, doze ou vinte e quatro pessoas; As pessoas entrelaçam firmemente as mãos, avançam e recuam para o centro e a periferia da "roda", que gira no sentido anti-horário, e os Orixás vão se manifestando; logo é tocado o Alujá de Xangô, e neste momento a roda se desfaz e há grande número de Orixás manifestados em seus filhos, sendo saudados pelos fiéis.

Há um intervalo, para descanso dos alabês e em seguida recomeça o toque dos tambores cantando-se para Odé, Otim, Obá, Ossãe e Xapanã. No final do axé de Xapanã, despacha-se o ecó, cujo objetivo é expulsar todas as cargas negativas, também aqueles males extraídos durante as "limpezas" (axés) conduzidas pelos Orixás nos fiéis, esta parte da obrigação é destinada ao Orixá Bará.

Após a obrigação do ecó, tira-se os axés (cantos) para os Ibêjes, na qual tem a participação das crianças. Neste dia não tem a tradicional mesa de Ibêjes, é oferecido para o Orixá Oxum ou Xangô uma bandeja contendo balas, fatias de bolos, frutas e pirulitos, e estes distribuem para criançada. Na continuação da festa, tira-se o axé de Oxum, que se manifesta em seus filhos, estas chegam vaidosas, distribuindo alegria, atiram perfume nos fiéis, que saúdam a deusa da felicidade; em seguida os cantos são para Iemanja, que se manifestam para serem homenageadas; Seguem-se os axés, tirando agora os axés do Pai Oxalá, que ao se manifestar sempre é saudado com grande louvor. Os Orixás se cumprimentam entre si, batem cabeça para os Orixás e sacerdotes mais velhos , há um respeito mutuo entre eles. Após os axés do pai Oxala tira-se o axés (cantos) para serem entregues os presentes, como: bolos, bandejas contendo quindins, flores, jóias etc.., que são oferecidos ao Orixá homenageado. Os orixás(ou Orixá da casa) dão as mensagens finais e de agradecimento, tiram (cantam) seus axés, e são despachados para virarem erês (aqui no sul dizem axerê ou axêro, que é um estágio intermediário entre o orixá manifestado e o estado normal do "filho", falam um vocabulário próprio, e se comportam como crianças, fazem brincadeiras, e demonstram sua alegria com a festa. Os outros Orixás também cantam seus axés para serem despachados, e termina a cerimônia . É distribuído os mercados,o qual já mencionei anteriormente, e o pessoal vai embora. Os filhos que estão de obrigação permanecem no terreiro para dar continuidade ao ritual. 

Levantação Das Obrigações

Geralmente, três dias após a "matança", é feita a "levantação" das obrigações. Esta etapa, corresponde a um momento particular, na qual participam somente os filhos da casa e os que estão em iniciação. Neste momento, todos os "otás" (ocutás), e objetos sagrados que receberam o axorô (sangue dos animais) são retirados das "vasilhas" (alguidares e bacias de louça), e são lavados com omieró, (no Orixá Bará passa-se apenas um pano umedecido no omieró, não se deve molhar muito os objetos de assentamento deste Orixá).

Obrigação Do Peixe

Após a levantação de quatro pés deixa-se os orixás "descansarem" por um ou dois dias; e no dia da semana, marcado para "matança do peixe" pela manhã, bem cedo vai-se ao mercado público, ou no cais do porto, buscar o peixes vivos. usa-se na nação Ijexá Jundiá, para os Orixás Bará, Ogum, Xangô, Odé, Ossãe e Xapanã e peixe da qualidade Pintado para todas iyabás e também para o pai Oxalá. Os peixes devem chegar vivos ao templo para a cerimônia. Todas as "vasilhas" com os Otás (ocutás) e ferramentas recebem o axorô (sangue) do peixe. A carne dos peixes é consumida pelos elebós (iniciados que estão reclusos no templo). A obrigação do peixe fica arreada por vinte e quatro horas. Após este período levanta-se a obrigação e leva-se para praia junto com os axés de orixás que acompanham esta obrigação de muito fundamento da nação africana. O peixe, significa fartura e prosperidade, é o símbolo da riqueza para os seguidores da religião africana. Geralmente a levantação do peixe é realizada numa sexta-feira, enquanto o pessoal vai na praia para entregar os axés, o pai ou mão de santo (sacerdote de Orixá) fica fazendo preparando os orixás que estavam arreados; fazem o que chamamos de " miosé " , e logo os arruma nas prateleiras. Quando o pessoal chega da praia, já começa a obrigação de matança das aves que é para saudar os Orixás que estavam arreados, e também cortar as aves para os Ibêjes, pois destas, será feito a canja que será servida na "mesa das crianças", que antecede a obrigação de terminação.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O REI DA ANIMAÇÃO, REGE ESTA SEMANA


Regência da Semana: BARÀ 16/02/2015
O senhor da alegria te deixará extrovertido e bem humorado. Ajudará nas festas e viagens. Cautela com fofocas e confusões.
Simbologia:
BARÀ é representado pelo Ógó (bastão com cabaças). Dia: segunda-feira, bom para sedução.
Oferenda:
Kíun eran óbúko: miúdos de carne de bode temperado no dendê.
Cores:
Vermelho que simboliza vivacidade e atrai a liderança.
Características do Orixá:
Bará recebeu de Olódùmarè a incumbência de fiscalizar os seres no ayé (terra) e de ser o intermediário entre eles e os Orixás. Por isso, em todas as cerimônias Bará é o primeiro Orixá a ser reverenciado. Bará dança ao som do Jiká (toque de Ògún) e do Bàtàá (toque de Xangô).
Axés & Magias:
As energias de Bará contribuíram para o prazer e sedução. Nesse período de carnaval aproveite seu charme, animação e espontaneidade. Então, namore e paquere, mas sempre zelando pela sua integridade física.
Para ter a proteção de Bará:
Passe do pescoço para baixo, sete bolas de farinha e sete moedas correntes. Depois, enrole tudo num morim branco e despache numa encruzilhada. Tome banho com folhas de elevante e abre caminho do pescoço para baixo. Carregue na bolsa ou carteira uma fava (tento) de Bará.
SIMPATIA DA SEMANA: PARA NAMORO DE CARNAVAL
Para firmar um namoro de carnaval, ao sair de casa amarre uma fita vermelha no pulso esquerdo dizendo: "Eu sou o encanto e você o desejo". Quando o namoro firmar, corte a fita e enterre-a num vaso de planta. Faça com fé e viva um grande amor!

sábado, 14 de fevereiro de 2015

NÃO ESQUEÇA DA SUA PROTEÇÃO E LIMPEZA DE CARNAVAL

Chegou de novo a tóbi àjoyò l'ónàn àiyé (a maior festa de rua do mundo). Então Exu vestiu sua roupa nova (aso titun), colocou seu chapéu (àketè), acendeu seu charuto (ikòkótaba) e bebeu um gole do seu conhaque (ogorogò) . Exu estava rékété réwà (muitíssimo bonito).
Como uma das missões de Exu é fiscalizar aqueles que se esqueceram de lhe ofertar jeun (comida) em troca de proteção, ele não perdia tempo em pregar-lhes peça, lhes chamando a atenção de que sempre há tempo para consertar um erro. E de erro e acerto Exu entende muito, pois diz um ìtàn (mito, história) que Exu, aprendeu com o Orixá Bará a fazer: "o erro virar acerto e o acerto virar erro".
Mas a festa rolava solta nas ruas e Exu encontrou uma linda mulher que lhe despertou interesse. Então ele perguntou qual era o nome dela. Ela respondeu que ele poderia chamá-la de Pombagira, "a mulher dama" (alusão à ave, que também é símbolo de liberdade e muito cortejada pelos machos de sua espécie).
Era a deixa que Exu queria, e de forma esperta foi logo oferecendo o braço, que ela aceitou prontamente. E saíram os dois de braços dados pela rua. Como Exu já lhe falara do seu propósito, passaram então os dois a proteger os que fizeram oferendas e a pregar peças naqueles que se esqueceram de fazê-las. Como era carnaval muitas foram as tais peças.
Moral da história: Não se pode sair às ruas, principalmente no Carnaval, sem pedir proteção a Exu. Neste período, Exu está em total liberdade de suas funções. Portanto ao sair para brincar carnaval, nem que seja uma moeda, ofereça a Exu!
"Kan àláìlare kereké fifunni kiose mo yiyató!" (Um simples ato pode fazer muita diferença!).

BARÁ É SHOW DE ALEGRIA

Segundo a cultura yorubá, Bará
Òdàrà recebeu de Olódùmarè a igbá ayó (cabaça da alegria), por isso ele é o responsável pela alegria e felicidade humana. Um dos símbolos de Bará é o Ógó (um bastão que representa o sexo masculino), que demonstra todo o seu vigor e sensualidade. Regente da autoestima, Bará fortalece a nossa capacidade de sedução e acentua a nossa disposição para o prazer. E por ser o mais humano dos Orixás e conhecedor da personalidade humana, Bará sabe que nesses dias de carnaval, muitos extrapolam em suas atitudes. Sendo assim, é comum sempre que antecede o carnaval os seguidores das religiões-afro, realizarem oferendas a Bará com a finalidade de garantir a segurança pessoal e evitar confusões nos dias de folia. Então, sob a proteção de Bará e de modo consciente, aproveitem esse momento de descontração para se divertir, com um diversificado número de blocos no carnaval do Cassino.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A FESTA GRANDE




Chamamos de festa grande a obrigação que tem ebó, ou seja quando há sacrifícios de animais de quatro pés, oferecemos aos Orixás cabritos, cabras, carneiros, porcos e ovelhas, (quando se matam somente aves aí é quinzena). Costumamos fazer festa de quatro pés para nossos Orixás de quatro em quatro anos, e serve para homenagear o Orixá "dono da casa", e é onde os filhos que ainda não tem sua casa de religião própria aproveitam para fazerem suas obrigações de dar comida a seus Orixás também. È uma cerimônia que coincide com a data em que aquele sacerdote teve assentado seu Orixá de cabeça, ou seja a data de sua feitura. A festa dos Orixás tem um ciclo ritual longo, começando com a feitura de trocas (limpezas de corpo) que é feita em todos os filhos que irão fazer obrigações para seus Orixás; limpeza na casa compreendendo todas as construções que fazem parte daquele terreiro, o Pai ou Mãe de Santo também faz uma troca. Troca é um trabalho de limpeza de corpo que se faz dentro da religião, usando vários axés de Orixás, varas de marmelo vassouras de Xapanã, um galo para sacrifício e uma outra ave para soltar viva, geralmente usa-se pombo, mas conforme for o caso podemos soltar galos ou galinhas, vivos, para acompanhar um axé de troca (que envolve sacrifício). Após tudo descarregado ainda fizemos um axé doce para os Orixás de praia Bará Ajelú, Oxum, Iemanja e Oxala e também é passado nos elebós e na casa. No dia da matança é que fizemos a homenagem para os Barás, que também serve como segurança para a obrigação; no candomblé chamam este ritual de Padê. Por que são feitos tantos axés antes do começo de uma obrigação? Muita gente faz esta pergunta e é bom esclarecer que se uma pessoa vai dar "comida" a seus Orixás, irá fazer um retiro espiritual dedicado ao Santo, tem que estar com o corpo e a "aura" limpos, sem qualquer vestígio de cargas negativas, sem acompanhamento espiritual ruim, em fim livre de qualquer perturbação, pois se alguém colocar Axorô (sangue) na cabeça com cargas ruins no corpo, acabam fortalecendo mais a força negativa; todos indivíduos que participarem de uma obrigação de Orixá, desde o tamboreiro (alabê) devem estarem "limpos", também, espiritualmente. Nesta ocasião também se confirmam os graus de iniciação dos filhos da casa como Bori, e aprontamento, no qual os filhos podem receber seus axés de facas e de búzios, enfim é nesta ocasião que se realizam as grande solenidades rituais dos terreiros de nação para o crescimento pessoal e espiritual dos filhos da casa, e também servem para reforçar os próprios sacerdotes e seus Orixás. Antigamente as casa de religião afro realizavam a festa do boi, com sacrifício de um touro pequeno, o ritual durava um mês inteiro, após, era a festa de quatro pés, com sacrifício de bodes, cabras, ovelhas, porcos e carneiros, depois a matança era de peixe e finalmente a confirmação da festa com sacrifício de aves e a terminação era com a mesa dos Ibêjes; hoje em dia, quase não existe mais quem faça este ritual.

Após as limpezas todas, logo que se passa o axé de Bará e o galo que será oferecido no cruzeiro (encruzilhada), os elebós (pessoal de obrigação) tomam um banho de descarga e já ficam confinados ao templo, ou seja, abandonam provisoriamente a vida social externa em favor dos rituais. A partir deste momento não se pode dormir em camas, fazer a barba e tomar banho (nos dois primeiros dias), conversam somente o necessário, não vêem televisão, não falam ao telefone, não comem com garfo e faca; comida comum come-se de colher, e de orixás, usa-se os dedos para por os alimentos na boca, de acordo com o chefe da casa estas imposições podem ser mais ou menos rígidas, por exemplo em certas casas quem tem o axé de facas podem fazer uso de facas para cortarem os alimentos.

Quando o pessoal que foi fazer a obrigação de corte no cruzeiro voltar aí começa a matança no Bará Lodê e Ogum Avagã, que habitam uma casa na parte da frente do terreiro, nesta matança é oferecido um quatro pé e aves para o Lodê e outro quatro e as aves,correspondentes, para Ogum Avagã. Nesta matança participam somente homens e mulheres que não mestruam mais. Os quatro pés são apresentados aos Orixás; faz-se uma "chamada", na qual são feitos os pedidos de proteção e caminhos abertos para tudo aquilo que é bom para todos os filhos presentes e ausentes etc... encaminha-se os cabritos, já com os pés lavados, do portão até a frente da casa dos Orixás Lodê e Avagã, onde estão as vasilhas com os assentamentos, os animais devem comer folhas verdes(orô, folhas de laranjeira, etc.), que é um sinal de aceitação da oferenda pelo Orixá, assim que o animal comer já é levantado e é feito o corte para o Orixá Lodê e em seguida o mesmo para Ogum Avagã; a matança é acompanhada com o toque de tambores e agê, e tira-se axés para cada Orixá que receberá o sacrifício, na hora que corre o axorô tira-se um axé determinado, isto é para todos Orixás que irão ter animais de quatro pés como oferenda. Na nação Ijexá os animais sacrificados para o Bará Lodê e Ogum Avagã, entram pela porta dos fundos do salão; neste já esta arriado no chão uma toalha grande com todos os axé de Bará a Oxalá; coloca-se nesta "mesa" os quatro pés e as aves. E aí canta-se novamente um axé para cada Orixá do Bará ao Oxalá e levanta-se os quatro pés e leva-se, pela porta dos fundos, para serem limpos; tira-se o couro, que será aproveitado(para fazer tambores), tira-se a buchada que será enterrada, e dos miúdos como: fígado, rins, coração etc.. são cozidos e destes são tirados pedaços que farão parte das inhalas (partes dos animais que pertencem aos Orixás) do restantes dos miúdos é feito o chamado sarrabulho. Assim que são retirados da "mesa" os quatro pés dos orixás de rua, começa a obrigação dos Orixás de dentro de casa; o ritual é o mesmo começando agora com Bará Adague que come cabrito de cor avermelhado ou preto com branco; Bará Ajelú que come cabrito Branco; Ogum come bode de cores variados menos preto, Iansã come cabra avermelhada ou preto com branco; Xangô que come carneiro, Odé come porco, Otim come porca, Obá come cabra mocha (sem chifres), Ossãe come bode de cor clara; Xapanã come bode de cores variadas, menos preto; Oxum come cabra amarelada, Iemanja come Ovelha, Oxalá come cabrita branca; Na nação Ijexá não oferecemos animais de cor preta para nenhum Orixá, nem mesmo para o Bará Lodê, que é Orixá de rua. Para cada Pessoa que está de obrigação corta-se um quatro pé para o Bará que corresponde para ela, nesta nação, não se pode dividir um animal de quatro pés para mais de um Bará; e o animal do Orixá de cabeça também é separado, cada Orixá de cabeça come seu quatro pé correspondente. 

Pela ordem, a cada sacrifício os filhos vão recebendo o axorô de seu Orixá no ori, cobre-se a cabeça com as penas das aves e o padrinho amarra a trunfa. No momento que se corta para o Orixá de cabeça é guando o Orixá pode se manifestar em seu filho(a).

Os quatro pés oferecidos para os Orixás de dentro de casa também são arreados na toalha que está estendida no chão (no salão), com os axés de Bará ao Oxala. Após cotar para o último Orixá, que é o pai Oxalá, tira-se novamente uma reza para cada Orixá (canta para os Orixás) do Bará até o Oxalá e os Orixás que estão no mundo, incorporados em seus filhos, vão despachar as águas das quartinhas que estavam na "mesa" de quatro pés, na volta já é levantado a mesa, retirando-se os animais na ordem em que foram sacrificados; Neste momento entra em ação o pessoal da cozinha, que já começam a servir a obrigação do pirão do Lodê e do Avagã e todos devem comer de pé(os fiéis não se sentam, para comer, em respeito a este Orixá), é servido primeiro para os homens e para as mulheres de cabeça de Orixá masculino, pede-se agô, na porta da frente e deve ser comido sem o auxilio de talheres, usa-se os dedos para comer o pirão; Todos os animais que foram sacrificados deverão serem limpos e preparados para servir para os que estão de obrigação e distribuídos para o pessoal levar para casa no final da festa, junto com outros axés como: pipoca, rodelas de batata doce frita, feijão miúdo cozido e refugado com tempero verde ( salsa e cebolinha verde), farofa, bananas, maças, laranjas, acarajé, axoxó, que são servidos em bandejas e é o que chamamos de mercado; através dos "mercados" a energia dos orixás, festejados, também chegam até a casa dos participantes em geral, nesta obrigação. 

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

BATUQUE PREPARAÇÃO




A religião Afro-Brasileira, estabelecida no Estado do Rio Grande do Sul, no tocante à história de suas origens, não guardou uma fonte segura de informações, e o pouco que se tem guardado vem de opiniões do boca a boca de geração para geração, e as incertezas nas colocações de como eram os rituais antigos ainda estão contidos nos descendentes, que hoje pouco revelam os segredos e as histórias, acontecimentos religiosos que se posto à público só enriqueceriam o nosso aprendizado, exatamente por este motivo muitos sacerdotes tem maneiras diferentes de cultuar seus Orixás, há regras que ainda se segue sem mudança alguma, como é o caso da Balança quando há festa de quatro pés, da Obrigação do Atã, na terminação da festa, do Ecó para levar embora as cargas negativas, e outras obrigações mudam com o passar dos anos como por exemplo a feitura de um filho de Santo. Na antiga casa de religião do saudoso Paulino de Oxalá a feitura de um filho de santo começava com uma lavação de cabeça com o omieró, em seguida um aribibó, e após este fazia-se um Bori e sentava-se o Bará para aquele filho; este Bará recebia obrigações de quatro pés durante sete anos e só depois é que ele aprontava o filho com o assentamento do restante das obrigações. Pai Paulino de Oxalá, nasceu na cidade de Pelotas, no Estado do Rio Grande do Sul, e foi pronto na religião por uma escrava que veio de navio para o porto de Rio Grande e ali se estabeleceu, sua origem era da Nigéria (África), provavelmente este grupo de escravos tenha passado por outros estados no Brasil, mas se estabeleceram, graças a Deus, aqui no Rio Grande do Sul. Há muitos que pensam que o nosso batuque é filho direto do Candomblé praticado na Bahia, porém, em visita a uma casa de origem Ketu, de um respeitado Babalorixá chamado Albino de Paula, descendente direto de raízes africanas, e de pai Ademir de Iansã, Tata de Inkinsi pronto há muitos anos na nação Angola constata-se que nosso ritual é muito distante do Candomblé, o que mais nos aproxima é a linguagem yoruba, que também é usado no candomblé de Ketu, mas, mesmo com as adaptações que foram feitas pelos afros-descendentes que se estabeleceram em cada estado brasileiro, para poderem continuar cultuando seus Orixás, a diferença nos rituais são imensas, fazendo com que nosso ritual seja quase que único, de uma especialidade inigualável. Temos que dar mais valor a nossa cultura, procurar saber mais de nossa história religiosa e divulgar o nosso culto, fazer respeitar as raízes afro do nosso Rio Grande do Sul, e manter esta árvore viva.

Tenho sido enfático no tocante a preservação dos nossos rituais Africanos por que se nota que o batuque puro, fiel às raízes, vem perdendo espaço para chamada linha cruzada, o fato é que se facilitar surgirá uma mistura que não se saberá o que se está cultuando, há de ter uma separação para preservação da "ciência" na prática dos rituais, Umbanda é Umbanda, Quimbanda é Quimbanda e Nação Africana é outro ritual, seria melhor cultuar um de cada vez. As casas de religião tem autonomia para decidir sobre seus afazeres no culto de seus rituais, sem que haja interferências, o Pai ou Mãe de Santo exerce sua autoridade, mas com jeitinho as coisas acabam mudando; muitas vezes se aproxima da casa, novos filhos que já cultuam a umbanda e ou os exus, e os sacerdotes, procuram aprender as práticas rituais da umbanda e dos exus; o que não se pode é deixar um ritual tomar conta de outro, como já se vê em certos lugares, o melhor é cultuar um de cada vez, e todos os rituais serão preservados.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

LEGBÁ E ZINA

Legbá e Zina, são divindades adotadas pela nação Cabinda, são assentados em vultos e possuem rito específico, seus assentamentos são separados dos demais, ressalto ainda que também existe Gama e está ligada ao rito de Xapanã.
Você sabia que existem fundamentos hoje não mais realizado pois seu rito foi junto com a partida para Orun de Babás e Ywás tais como Zambirá e Xanguín (qualidade rara de Bará;) que só os mais antigos tem conhecimentos suficientes para fa
zer seus rituais, hoje já quase esquecido.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

SEMANA DE OYÁ... A GUERREIRA DA LIBERDADE

Regência da Semana OYÁ 09/02/2015
A bela e criativa guerreira te deixará observador e atencioso. Ajudará na saúde e trabalho. Siga sua intuição e não se deixe enganar pelas aparências. Lembre-se: "Nem tudo que reluz é ouro!".
Simbologia:
Oyá é representada pela espada. Dia: terça, bom para cultos religiosos.
Oferenda:
Acarajé: Feijão miúdo, ralado na pedra, batido, temperado e depois frito.
Cores:
Branco, vermelho  que simbolizam afeição e atraem jovialidade.
Características do Orixá:
Oyá  é uma das denominações de Yánsàn. Para os yorubás Oyá era uma hábil e audaciosa caçadora. Seu nome origina-se da expressão "Ó Padà bò ìségun" (Ela retornou vitoriosa), por sempre retornar vitoriosa das caçadas a animais selvagens. Ela é ligada a Omolu e a Ògún. Usa o Màrìwò (folhas novas da palmeira do dendezeiro desfiadas), o Mònjòlò (colar com contas vermelhas) e uma Idà (espada).
Axés & Magias:
Os filhos de Oyá são audazes e cativantes. As energias desta bela guerreira contribuirão para a atenção e observação. No trabalho, siga sua intuição não se esqueça dos valores éticos, ouça mais e fale menos. No amor, tente reservar mais tempo para o seu par. A dica é: Divirtam-se e namorem bastante. Se estiver só as vibrações da semana prometem romance. Agora atenção! Oyá rege a compreensão, portanto o momento é para estabelecer com clareza o que realmente é prioridade em sua vida.
Para sorte no amor:
Macere (esfregar com as mãos) em balde com água, folhas de alfazema, dinheirinho, manjericão e espada de Santa Bárbara. Depois, tome um banho com sabão de coco do pescoço para baixo e jogue o banho macerado do pescoço para baixo também
. Vista-se com roupas nas cores brancas e amarelas.
SIMPATIA DA SEMANA : PARA TER UM BOM CARNAVAL
Para se proteger de confusão no carnaval, antes de sair de casa pegue um copo e coloque uma pedra de sal grosso mentalizando seus pedidos. Depois, jogue o sal no vaso sanitário e dê descarga. Faça com fé e divirta-se em paz!

sábado, 7 de fevereiro de 2015

ABERTURA DE CAMINHOS



Material:
7 batatas pequenas.
3 batatas média.
250gr de milho de galinha escolhido.
Pipocas estouradas.
Bandeja de papelão.
Papel de ceda vermelho.
7 velas vermelho ou branco.
Azeite de Dende. 

Preparo:

Dia da Semana: Segunda Feira.
Tempo bom sem chuva.

Assar as sete batatas de modo que elas não fiquem muito escuras. Da mesma maneira por o milho escolhido para assar dentro de uma panela comum, para o milho deve-se ter o cuidado de mexer para não torrar, e quando mexer utilizar uma colher de pau e faze-lo em movimentos circulares no sentido horário. 
As três batatas médias devem ser cozidas até o ponto de se poder fazer um purê. Fazer um purê de batatas e moldar com elas um chave. Montar na bandeja com o papel vermelho e em cima a chave, ao lado por o milho já frio em cima do milho as batatas assadas e no lado oposto as pipocas estouradas. 
Levar a bandeja a um cruzeiro junto com os pedidos escritos em uma folha de papel. No canto do cruzeiro acender as velas, arriar a bandeja e por por cima umas gotas de azeite de dende. Fazer os pedidos a Bará. Logo após se retirar do cruzeiro dando sete passos para trás.

LINDOOOOOOOOOOOOOOOO

https://www.youtube.com/watch?v=dwxJZ75c49Y

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

OMIO DONA MARIA


A majestade dos mares, Senhora da calunga grande (mar) também conhecida como Senhora da Coroa Estrelada ou Janaina (do tupi-africano) é a deusa do mar e protetora das mães e das esposas, representando a mãe que protege os filhos a qualquer custo, a mãe de vários filhos, ou vários peixes. Adora cuidar de crianças e animais domésticos.
A ela também pertencem a fecundidade e a proteção aos pescadores e jangadeiros.
A regência de Iemanjá em nossas vidas se manifesta naquela necessidade que temos de saber se aqueles que amamos estão bem, é a dor pela preocupação, é o amor ao próximo, principalmente em se tratando de um filho, filha, pai, mãe, outro parente ou amigo muito querido.
É a preocupação e o desejo de ver aquele que amamos a salvo, sem problemas, é a manutenção da harmonia do lar. Iemanjá é o Orixá que rege nossos lares, nossas casas.
É ela quem dá o sentido de família às pessoas que vivem debaixo de um mesmo teto.
Ela é a geradora do sentimento de amor ao seu ente querido, que vai dar sentido e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos tornando-os coesos.
Rege as uniões, os aniversários, as festas de casamento, enfim todas as comemorações familiares. É o sentido da união por laços consanguíneos ou não.
Num Terreiro, Iemanjá atua dando sentido ao grupo, à comunidade ali reunida e transformando essa convivência num ato familiar; criando raízes e dependência; proporcionando sentimento de irmão para irmão em pessoas que há bem pouco tempo não se conheciam; proporcionando também o sentimento de pai para filho ou de mãe para filho e vice-versa, nos casos de relacionamento dos Babalorixás (Pais no Santo) ou Ialorixás (Mães no Santo) com os Filhos no Santo, portanto assim como Oxalá é o Pai da Umbanda e Princípio Gerador Masculino, Iemanjá é a Grande Mãe da Umbanda que ao juntar-se com Oxalá complementa-o com seu Princípio Gerador Feminino.
No Brasil, Yemanjá é um dos orixás mais populares e reverenciados do Candomblé, Batuque, Xambá, Xangô do Nordeste, Omoloko, Umbanda e mesmo por fiéis de outras religiões.
A tradicional Festa de Iemanjá no município de Salvador, capital da Bahia, tem lugar na praia do Rio Vermelho todo dia 2 de fevereiro. Nesta data, todos os anos, milhares de baia nos e turistas lotam as praias para reverenciar Iemanjá.
A tradição começou em 1923, com um grupo de 25 pescadores, que ofereceram presentes, para agradar a Mãe D'Água, pois os peixes estavam escassos.
Desde então, adeptos do candomblé, turistas e devotos formam filas imensas para colocar oferendas e pedidos nos balaios, que ficam na Casa do Peso. No fim da tarde, um cortejo com 300 embarcações leva pa ra alto-mar os balaios, carregados de presentes, pentes, espelhos, sabonetes, perfumes, flores e até jóias. Tudo o que possa interessar a uma mulher vaidosa. Dizem os pescadores que, se os balaios não afundarem, é sinal de que Iemanjá não os aceitou.
YEMANJÁ É GERADORA, É VIDA, pois é ela que nos traz oportunidades de crescimento em todos os sentidos da Vida. Os devotos fazem oferendas à Rainha do Mar, um dos títulos pelos quais Iemanjá é saudada.
Data festiva: 15 de agosto, 2 de fevereiro ou 8 de dezembro dependendo do Estado.
Saudação: Odô-fe-iaba! Odô-fe-iaba! Odô-fe-iaba!
Símbolo: Lua minguante, ondas, peixes
Sincretismo religioso: Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Glória,
Nossa Senhora dos Navegantes
Cores: branco cristalino ou azul claro
Instrumento: Abebé, um leque em forma circular prateado que pode trazer um espelho no centro
Pedra: Diamante – Água Marinha - Pérola
Ervas principais: Jasmim, Araticum-da-praia, Folha-da-costa, Graviola, Capeba, Mãe-boa, Musgo marinho encontrado nas pedras marinhas, Alcaparra, Colônia, Pata de Vaca, Embaúba, Abebê, Jarrinha, Golfo, Rama de Leite, Rosa branca, Malva branca, Flor de laranjeira entre outras.
Oferendas: Canjica branca, peixe, arroz-doce com mel, acaçá, pudim, manjar com calda de ameixa ou de pêssego, mamão, graviola, uvas brancas, melancia, melão, água de coco, mel, água salgada ou potável, champanhe clara e suco de suas próprias ervas e frutos, rosas e palmas brancas, angélicas, orquídeas, crisântemos brancos.