Chegou de novo a tóbi àjoyò l'ónàn àiyé (a maior festa de rua do mundo). Então Exu vestiu sua roupa nova (aso titun), colocou seu chapéu (àketè), acendeu seu charuto (ikòkótaba) e bebeu um gole do seu conhaque (ogorogò) . Exu estava rékété réwà (muitíssimo bonito).
Como uma das missões de Exu é fiscalizar aqueles que se esqueceram de lhe ofertar jeun (comida) em troca de proteção, ele não perdia tempo em pregar-lhes peça, lhes chamando a atenção de que sempre há tempo para consertar um erro. E de erro e acerto Exu entende muito, pois diz um ìtàn (mito, história) que Exu, aprendeu com o Orixá Bará a fazer: "o erro virar acerto e o acerto virar erro".
Mas a festa rolava solta nas ruas e Exu encontrou uma linda mulher que lhe despertou interesse. Então ele perguntou qual era o nome dela. Ela respondeu que ele poderia chamá-la de Pombagira, "a mulher dama" (alusão à ave, que também é símbolo de liberdade e muito cortejada pelos machos de sua espécie).
Era a deixa que Exu queria, e de forma esperta foi logo oferecendo o braço, que ela aceitou prontamente. E saíram os dois de braços dados pela rua. Como Exu já lhe falara do seu propósito, passaram então os dois a proteger os que fizeram oferendas e a pregar peças naqueles que se esqueceram de fazê-las. Como era carnaval muitas foram as tais peças.
Moral da história: Não se pode sair às ruas, principalmente no Carnaval, sem pedir proteção a Exu. Neste período, Exu está em total liberdade de suas funções. Portanto ao sair para brincar carnaval, nem que seja uma moeda, ofereça a Exu!
"Kan àláìlare kereké fifunni kiose mo yiyató!" (Um simples ato pode fazer muita diferença!).
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