terça-feira, 31 de outubro de 2017

IKU, O REI DOS MORTOS


Ikú, a Morte é um Orixá, designado por Olodumare para uma função derradeira. Existem e são raríssimas, pessoas de Ikú que, evidentemente, não são iniciadas, cumprem normalmente seu destino e tem funções específicas num Ilê Axé.
Oyekú Mejí é primeiro caminho à terra, quando o Odú Oyekú Mejí chegou à Terra, a morte ainda não existia. Orixá Ikú (morte) nasce nesse caminho para cumprir sua função na Terra, Opirá. (FIM).
Oyekú Meji representa essencialmente a Morte, a profunda escuridão, representa também o lado esquerdo, o este e o princípio feminino.
Ikú vem buscar a pessoa no dia derradeiro e esteja nas condições que estiver, para levá-la de volta ao interior da terra, ao ventre de Nanã.
Ikú cumpre rigorosamente sua função e somente aqueles que conhecem os omo-odús de Oyekú Mejí, poderá conversar com a morte, e por um breve tempo. Somente através do Imolê Exú e num determinado Odú é e que se faz oferendas a Ikú, estabelecendo pactos e acordos com Ikú para adiar e afastar a morte, aliado aos bons ebós.
Pai Ramão dizia que: a troca pela vida, através de oferendas, é o ponto central do culto aos Orixás, a vida, nada mais é, que a mais valiosa de todas as trocas e também a mais cara.
As trocas não são eternas, chegará o dia que Ikú terá que cumprir sua função e ainda exigirá oferendas, para garantir que só levará apenas um. Há casos famosos de zeladores que depois de mortos, Ikú voltou algumas vezes para cobrar sua oferenda e não encontrando levava seus filhos, acabando muitas vezes, com a casa de candomblé.
Com Ikú não se brinca, quando Ikú chega o nosso Orixá não está mais conosco, sabe que já cumpriu sua função e somente Orí acompanha a pessoa até o fim.
Axé.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

ORIXÁ iKU É O ÚNICO QUE INCORPORA EM TODOS OS HUMANOS. A MORTE SOBRE O PONTO DE VISTA AFRICANISTA.



Diziam os mais velhos que Olodumare, o Deus maior, determinou que Obatalá criasse os homens para que eles povoassem o Ayê – esse nosso mundo visível. Não foi em um ato de misericórdia ou amor que o Deus determinou que o ser humano fosse criado; Olodumare fez isso em um momento de vaidade, do qual em algumas ocasiões arrependeu-se amargamente.
Obatalá, para criar os homens, os moldou a partir de um barro primordial; para isso pediu a autorização de Nanã, a venerável Orixá que tomava conta daquele barro. Os seres humanos, depois de moldados, recebiam o emi – sopro da vida – e vinham para a terra; aqui viviam, amavam, geravam novos homens, plantavam, colhiam, se divertiam e cultuavam as divindades.
Aconteceu, porém, que o barro do qual Obatalá moldava os homens foi acabando. Em breve não haveria a matéria primordial para que novos seres humanos fossem feitos. Os casais não poderiam ter filhos e a terra mergulharia na tristeza trazida pela esterilidade. A questão foi levada a Olodumare.
Ciente do dilema da criação, Olodumare convocou os Orixás para que eles apresentassem uma alternativa para o caso. Como ninguém pensasse uma solução, e diante do risco da interrupção do processo de criação dos homens, Olodumare determinou que se estabelecesse um ciclo. Depois de certo tempo vivendo no Ayê, os homens deveriam ser desfeitos, retornando à matéria original, para que novos homens podessem, com parte da matéria restituída, ser moldados.
Resolvido o dilema, restava saber de quem seria a função de tirar dos homens o sopro da vida e conduzi-los de volta ao todo primordial – tarefa necessária para que outros homens viessem ao mundo.
Obatalá esquivou-se da tarefa. Vários outros Orixás argumentaram que seria extremamente difícil reconduzir os homens ao barro original, privando-os do convívio com a família, os amigos e a comunidade. Foi então que Iku, até então calado, ofereceu-se para cumprir o designo do Deus maior. Olodumare abençoou Iku. A partir daquele momento, com a aquiescência de Olodumare, Iku tornava-se imprescindível para que se mantivesse o ciclo da criação.
Desde então, Iku vem todos os dias ao Ayê para escolher os homens e mulheres que devem ser reconduzidos ao Orum. Seus corpos devem ser desfeitos e o sopro vital retirado, para que, com aquela matéria, outros homens possam ser feitos – condição imposta para a renovação da existência. Dizem que, ao ver a restituição dos homens ao barro, Nanã chora. Suas lágrimas amolecem a matéria-prima e facilitam a tarefa da moldagem de outros homens.
Iku é, desde então, o único Orixá que tem a honra de baixar na cabeça de todas as pessoas que um dia passaram pelo Ayê. É por isso que no Arissum, o ritual fúnebre que celebra, prepara e comemora a volta dos homens ao todo primordial, prestam-se homenagens a Iku – com cantos de júbilo e louvação que, mais que a morte, reafirmam o mistério maior; a possibilidade de outras e outras vidas.
Assim diziam os mais velhos, que jamais vestiam luto, em sua infinita sapiência.
  
Olodumare Axé.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

IKU: O Orixá da Morte.

Antes de falar deste Orixá, é preciso deixar claro que uma das principais divisões entre os Orixás é, entre aqueles que são ligados a vida e os que se relacionam com a morte. Muitos adeptos da religião acreditam que Xapanã ou Nanã Borocum são os que trazem o evento morte, porém não é verdade! Eles ligam-se ao fenômeno, mas não o causam, por exemplo Nanã é quem recebe no corpo físico na Terra, enquanto Xapanã separa o espirito do corpo. Assim como, Oxum é quem proporciona a fertilidade da mulher, para que ela possa gerar a vida. O Orixá da Morte, chama se IKU, um nome masculino.   

Quando Obatalá moldou o homem a partir do barro sagrado de Nanã Buruquê, Olodumare (Deus) preencheu aquele ser feito de lama com o Emì (traduzido como respiração, é o sopro de vida dado por Deus). Entretanto, era necessário que a matéria-prima voltasse para a Terra, não poderia viver para sempre, ou acabaria com o Planeta. Olodumare ofereceu a função a todos os deuses, que negaram, o único que aceitou foi IKU, deste então é ele quem a personificação da morte, é o único Orixá que toma o Ori de todos em certo momento.

Outra vertente, diz que para confeccionar o homem, era necessário tirar o barro da Terra, que chorava de dor, nenhum Orixá suportou essa tarefa, o único que conseguiu retirar sem se incomodar com o choro do planeta foi Iku, desse modo, ele é quem retira a matéria prima, e depois a devolve ao local de origem.

Ainda existe uma terceira vertente, dizendo que Iku é um homem de beleza inigualável, que seduz homens e mulheres, esses acabam o seguindo até a “floresta da morte”, seria uma analogia para morrer.
Os Iaôs de incorporação, recebem seu Orixá no Ori, um exemplo um filho de Xango, vai incorporá-lo e não Ogun, Iku é o único que pega a cabeça de todos! Independe da mediunidade e do Orixá. Para muitos é um ser feio e monstruoso, para os mais antigos é um jovem lindíssimo, é claro que criaram essa imagem ruim pelo medo de morrer. Existem sim ebós desse orixá, para afastar doenças, eguns(espíritos desencarnados) e afins. É ligado ao Odu de número 13.
 

sábado, 7 de outubro de 2017

O SENHOR DAS ENCRUZILHADAS, DONO DO MEUS CAMINHOS

BARÁ.
Primeiro Orixá do Panteon Africano, é dinâmico e jovial. É o intermediário entre os homens e as divindades, considerado o mensageiro. Dono dos caminhos e das encruzilhadas simboliza o movimento, portanto fecha e abre os caminhos. É um orixá das questões mais imediatas relacionadas a dinheiro e trabalho. É a ele que pedimos abertura nos negócios financeiros, pedimos que leve aos demais Orixás os nossos pedidos e agradecimentos, não teremos êxito sem iniciarmos as obrigações com o Orixá Bará.


Qualidades: Elegba, Lodê, Lanã, Adague e Agelú.
Dia da semana: segunda-feira. E quando Bará Agelú, ele acompanha os Orixás de praia na sexta-feira.
Cor: vermelha.
Guia: vermelha ou corrente de aço.

Ferramentas: foice, chave, corrente, garfo e ponteira.
Lugar de oferendas: cruzeiros abertos, encruzilhadas e mato. E quando Bará Agelú, na beira da praia.
Aves: galo vermelho ou casal de galinhas d'angola.
Pombo: branco e preto, preto e cinza, cinza, marrom e branco.

Quatro - pé: bode preto para Elegba, bode preto ou qualquer outra cor para Lodê, cabrito de qualquer cor menos preto para Lanã, Adague e Agelú.
Peixe: pintado
Frutas: manga, laranja, cola, amora, butiá, maracujá e cana-de-açúcar,...
Flor: cravo vermelho.
Características: dono dos cruzeiros.
Saudação: Alupo.