domingo, 22 de julho de 2012

HISTÓRIA DO EXU PANTERA


É uma entidade de origem indígena, foi escolhido pelo cacique da tribo para ser o guardião dos antepassados, isto é, zelador do cemitério indígena.
Ele conta nos terreiros, que, por ter lhe sido dada esta missão não poderia jamais casar-se, pois o guardião do cemitério indígena era responsável não só pela invocação dos antepassados mas também pelos animais que segundo o ritual Xamânico todos os componentes da tribo tem o espirito selvagem dentro de si.
Apos seu nascimento o Xamã da tribo, previu para os seus pais que o seu animal interior era a pantera e por isso lhe seria incumbida a dita missão. Assim cresceu aprendendo, ao lado do Xamã, todo o ritual que envolvia o culto aos antepassados.

Ao completar 18 anos e assumir seu lugar, havia se transformado em um belo jovem, hábil, rápido e ágil como a pantera, seu animal interior. Ele não praticava nem a caça e nem a pesca que a maioria dos jovens da tribo eram preparados, seu contato era somente com o Xamã, com as ervas que curavam os males do corpo e da alma, além é claro do cemitério, onde praticamente morava. Ele só via os outros componentes da tribo nos rituais de sepultamento e de desligamento do espirito do desencarnado.
Um dia, no ritual de morte de um dos integrantes da tribo, o belo rapaz viu uma moça que lhe tirou a atenção de tudo, era como se somente os dois estivessem dentro do cemitério, seus olhares se cruzaram, e ali, naquele momento selou-se a sentença...
A moça era a filha mais nova do cacique da tribo, e já havia nascido predestinada a casar com o guerreiro mais valente de uma tribo vizinha. Mas, de nada adiantou, a partir daquele dia a moça sempre fugia e ia até ao cemitério para olhar de longe seu amado, e ele por sua vez, também à contemplava, sem nunca aproximar-se, pois sabia que se o fizesse além de não resistir aos sentimentos, também trairia as tradições.

O rapaz aproveitava a solidão da noite para tentar fazer rituais de esquecimento, mas, que de nada adiantavam, pois no outro dia lá estava a jovem novamente com o olhar fixo nele.
O cacique percebendo as ausências constantes da filha, um dia seguiu-a e pela troca de olhares percebeu o ocorrido, e, imediatamente procurou o Pagé.
O cacique ordenou ao Pagé que lançasse uma maldição sobre aquele amor... E a maldição foi lançada...
Jamais poderiam estar juntos ou próximos um do outro, pois se tal ocorresse, toda a força daquele amor se transformaria em ódio de igual intensidade que sobreviveria mesmo após a morte.
Assim foi feito e tornou-se do conhecimento de toda a tribo.
Aquele foi um dia muito triste!
A jovem índia, casou-se com o guerreiro a quem havia sido prometida. Entregava seu corpo a um e seus pensamentos a outro. O guardião dos ancestrais, foi banido da tribo para que jamais pudesse se encontrar com a moça e que dela jamais tivesse noticia alguma...
O rapaz refugiou-se na floresta nos arredores da tribo; queria estar próximo de sua amada, porém temia aproximar-se, pois tinha sempre em mente a maldição. Contentava-se em segui-la de longe, com os olhos e por onde a jovem índia havia caminhado, pisava nas mesmas pegadas e sentia assim a presença proibida de sua amada.
A índia por sua vez, não o via, mas sabia que ele sempre a observava. Um dia o marido saiu para a caça e a jovem foi procurar a mulher mais velha da tribo. Perguntou-lhe o que poderia ser feito, para que a maldição fosse quebrada. A mulher lhe falou que só com a morte e com o coração queimado a maldição teria fim.
E assim foi feito, a jovem pediu a velha que se algo lhe ocorresse queria que seu coração fosse arrancado e jogado ao fogo.
Pouco tempo depois a jovem põe fim a própria vida. e tudo foi feito com a índia pediu...
Tal notícia correu por todas as tribos e logo chegou aos ouvidos do rapaz... Por sua vez faz a mesma coisa, e por castigo, quando os outros índios acham o corpo, também arrancam-lhe o coração e jogam ao fogo, sem saber que neste momento os estariam unindo para sempre...
Por este motivo nos terreiros, o Exu Pantera, nunca é visto na companhia de nenhuma Pomba-Gira. O encontro dos dois foi no astral, no mundo físico ele tem os mesmos movimentos e características de seu animal interior, é solitário, ágil e furioso quando preciso...



Para entrar em contato com pai Guilherme d'Bará ligue para o fone 53 84352242 ou pelo email buzionline@hotmail.com





Um comentário:

  1. É para mim que sou aparelho do Pantera Negra, saber que a historia de vida no passado , e agora no presente como espirito entidade, ele continua solitário. Por isso gosto de estudar sobre as entidades quando humanas e hoje como entidades. Sinto muito. Sei bem o que é a solidão.Axé.

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