Há muito tempo, quando o homem branco ainda nem sabia da existência da mãe África, o Rei Xangô reinou sobre as terras de Óyó, sempre de maneira justa e correta. Porém, seu reino fora invadido por um rei inimigo, que tentava a todo custo dominar as terras alheias, não poupando vidas e nem medindo esforços para atingir seus objetivos. Xangô tudo fazia para proteger seu povo, mas o inimigo era voraz como uma fera indomada e ordenava a seu exército que não poupasse vidas. Velhos e crianças eram sacrificados sem piedade, as mulheres antes de serem mortas, eram submetidas às mais humilhantes situações, sendo obrigadas a servir os senhores do exército. Desesperado ao ver o seu povo sendo trucidado pelo exército inimigo, Xangô subiu ao alto de uma montanha de pedra e, de lá, gritou com todas as suas forças, pedindo a Orumilá que o ajudasse a colocar fim a todo aquele sofrimento. Sentindo o desespero do Rei, Orumilá resolveu ajudar Xangô, mas resolveu também, ao mesmo tempo, testar o seu senso de justiça, dando a ele o Oxé, um machado de lâmina dupla, uma arma poderosa, que poderia ser usada tanto para vencer a batalha de maneira justa, como também poderia ser usado para saciar a sede de vingança, derramando o sangue dos soldados inimigos. Cheio de fúria Xangô ergueu o Oxé e urrou como um leão. Seu grito foi ouvido em todos os cantos da terra.
Muitos juraram ser um trovão, e certamente era, junto com a ira do Rei em guerra. Com seus poderosos braços de guerreiro, começou a deferir violentos golpes com o Oxé sobre as pedreiras. Ao tocar nas pedras, as lâminas do Oxé saltavam enormes faíscas, verdadeiros raios, que atingiam em cheio os líderes do exército inimigo, que caiam mortos, fazendo assim com que a guerra terminasse rapidamente, com os invasores fugindo como cães covardes. No entanto Xangô teve o cuidado de não deixar que os raios ferissem os soldados dos exércitos inimigos, pois sabia que esses pobres coitados apenas obedeciam as ordens de seus generais. Orumilá, percebendo que Xangô usara com justiça e bom senso o Oxé, deixou que ele ficasse com a arma para todo o sempre, pois sabia que ela só seria usada para fazer a justiça, castigando os maus de acordo com seus atos e protegendo os justos e oprimidos, também dentro de seu merecimento.
Assim é até hoje, quando é de nosso merecimento, o Oxé de Xangô desce sobre nossas cabeças para proteger ou mostrar que é necessário mudar a forma de agir em nossas vidas.
Para entrar em contato com pai Guilherme d'Bará ligue para o fone 53 84352242 ou pelo email buzionline@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário