domingo, 6 de janeiro de 2013

IFÁ



A palavra Ifá tem como raiz “fa” e significa acumular, abraçar, conter. O termo indica que todo conhecimento e as tradições yorubás se encontram no corpus literário de Ifá. 
Ifá na verdade não é um Orixá, mas sim um oráculo que, segundo consta, nasceu no Antigo Egito e migrou para a África Ocidental, especialmente para as regiões onde hoje estão localizados a Nigéria e Benin. É o guardião de todos os segredos e mistérios e foi escolhido para predominar em todos os jogos divinatórios e tem até um com seu nome, que só pode ser jogado por homem. É um ser intermediário entre os Orixás e os homens. 
O Ifá na umbanda é a 3ª pessoa da Santíssima Trindade:
ZAMBI – O PAI
OXALÁ – O FILHO
 IFÁ – O SANTO ESPÍRITO
É tido como a estrela que guiou os Magos ao encontro de Jesus recém-nascido, e a pomba – verdadeiro símbolo do Divino Espírito Santo. 
Ifá não é louvado no início das giras de umbanda por ser mal conhecido e por se encontrar em posição imprecisa e vaga, razão pela qual não foi assumido no culto, na posição que deveria ocupar. 
Também conhecido como Orunmilá, é a divindade da profecia dos yorubás e é muito respeitado por seu conhecimento e sabedoria. Governa o conhecimento dos destinos e dos presságios denominados Odús. 
O termo Orunmilá é formado pela contração de: orun-l’o-mo-a-ti-la, que significa “somente o
 céu conhece os meios de libertação”, e é também o resultado da contração de: orun-mo-ola que significa “somente o céu pode libertar”.  Ele é reconhecido como “ibi keji Olodumaré” e “elirin ipin” ( testemunha da criação). Orunmilá é o elemento cósmico que comunica ao ser humano seu destino, tal como foi decretado por Olodumaré. Acredita-se que ele estava ao lado de Deus no momento da criação. 
Embora Orunmilá não seja de fato Ifá, a associação íntima existe, porque, ele é o que conduz o sacerdócio de Ifá. 
Na Nigéria não se faz nada sem antes consultar Ifá. Para orientar os que o procuram Ifá dirige-se ao Odu Corpos, que contém a história da maioria dos Orixás e ensinamentos sobre curas por meio de plantas, dessa forma os sacerdotes de Orunmilá também conhecem o preparo de medicamentos necessários para a cura de doenças. 
Os sacerdotes de Ifá ou de Orunmilá são chamados de Babalawo (o pai dos segredos). Geralmente são procurados por um grande número de pessoas, grande parte em situação de crise, e que não sabe exatamente como agir devido ao seu estágio de fragilidade. O sacerdote é proibido de tirar vantagens da situação e não pode recusar atender mesmo aqueles que não têm condições de pagar por seus préstimos. 
O sacerdote passa por um longo período de aprendizagem de conhecimentos precisos, em que a memória é fundamental. Ele deve aprender uma grande quantidade de lendas e histórias contidas nos 256 Odus ou signos de Ifá. No conjunto todo, o aprendizado forma uma espécie de enciclopédia oral dos tradicionais conhecimentos yorubás. O nome de Ifá permanece ligado à prática do jogo advinhatório com os búzios. 
LENDA 
Ifá era muito pobre e vivia da pesca. Então fez um trato com Legbá – o mensageiro celeste. Ele pediu que Exú lhe arranjasse riqueza e em troca ele serviria a Exú como escravo por 16 anos. Exú, muito ladino, conhecedor das artes advinhatórias, ficou feliz em ter a companhia de Ifá. E aos poucos foi ensinando-lhe os segredos do futuro. Usava para ensinar a Ifá uns coquinhos de dendê. Mas, Ifá aprendeu tanto, que já não tinha vontade, nem tempo, para limpar a casa de Exú. Um dia apareceu uma bela mulher na casa de Exú. Era Apetebi, e pediu para ajudar a arrumar a casa do compadre. E aos poucos foi aprendendo a arte da advinhação. Apetebi só se vestia de dourado e quando passava deixava um rastro de perfume. Ela não era outra senão Oxum. Oxum foi ensinada por Ifá através do jogo dos 16 coquinhos de dendê. E tanto aprendeu que Exú passou a responder a todas as perguntas da Yabá Menina. 
CARACTERÍSTICAS DE IFÁ 
Cores: branco, marfim
Metais: prata, ouro
Comida: arroz cozido com mel
Predominância: jogos, vidência, segredos, mistérios, soluções
Domínios: montanhas, cumes
Dia da semana: sexta-feira e domingo
Saudação: Exeu, Epá Oju Olorum! Aláá Yfá!

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