A Pentada
No misticismo numérico de Saint-Martin, o quinário é o número do princípio maléfico. Portanto, seu pensamento difere, como já havíamos dito, daqueles sistemas ocultos de numeração que vêem no 5 uma forma especial do microcosmos ou do homem. Também é um aspecto do caráter fragmentário da doutrina Martinista dos números, pois ficamos sem detalhes a respeito das propriedades do quinário, ou da péntada. Aqui somos levados a imaginar que Saint-Martin reteve muitas informações a respeito deste número.
"É dito que 2 se torna 3 pela sua diminuição, 3 se torna 4 pelo seu centro, 4 é falsificado pelo seu centro duplo, que perfaz 5; e 5 é restringido pelos números 6, 7, 8, 9, 10, que formam os corretores e retificadores da péntada maléfica" (Os Números). O número também se liga ao que Saint-Martin nos diz a respeito da aplicação dobrada de todos os números. Números verdadeiros sempre produzem, invariavelmente, a vida, a ordem e a harmonia. Portanto, eles sempre agem a favor e nunca são negativos, mesmo quando servem de açoites da justiça, castigando para reparar o mal.
Ao passar pela mutação em seres livres, o caráter dos números é assim transformado, porque são outros números que tomam os seus lugares, enquanto que as suas prerrogativas originais permanecem sempre as mesmas em suas essências.
Os números falsos, ao contrário, nada produzem. Podem imitar a verdade como macacos, mas nunca conseguem reproduzi-la. Eles se manifestam no desmembramento, nunca na criação, porque eles se tornaram falsos pela divisão e perderam a capacidade criativa. Uma prova disto é encontrada na lenda das cinco virgens tolas, que ficaram sem óleo (para se perfumar e ungir) porque sua conduta as havia separado das suas outras cinco companheiras e também de seus noivos.
As virgens sábias concebiam apenas através de seus maridos e quando elas se uniam a eles, elas não eram mais 5, mas sim 10, já que cada uma se unia a um deles. Ou então, eram 6, se o marido for representado apenas por 1 (por uma idéia, um princípio). Portanto, as outras 5 virgens são tão limitadas e insignificantes nos seus verdadeiros números que, incapazes de renovar seu óleo, são forçadas a se refugiar na prudência e a acertar as contas com a caridade, que pode ser encontrada apenas nos números vivificadores, cuja força flui do núcleo do amor.
Entretanto, devemos distinguir entre os números falsos quando são empregados para realizar a reintegração e quando estão perpetuando suas próprias injustiças. Neste caso, eles são totalmente entregues a si mesmos e separados da verdade. Mas ao serem usados como instrumentos de reintegração, seres verdadeiros assumem as suas formas e caráter para descender às suas regiões infectas.
"Ao assumir as formas destes números falsos, estes outros Seres as corrigem, relacionando-as aos números legítimos, assim opondo o verdadeiro ao falso. Desta maneira, estes Seres também produzem a morte da morte" (Os Números).
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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
MAGIA
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