quinta-feira, 4 de julho de 2019

O ESPELHO DE YEMANJÁ


Yemanjá, ao contrário do que se pensa, usa o seu espelho (abebê) muito mais para a guerra do que para se enfeitar.
Diz um itan que um dia, fugindo de seu marido que a maltratara, Yemanjá resolveu voltar ao Reino de Olokun, no fundo do mar. Insatisfeito e sabendo que ela não tinha guardas que a protegiam, seu marido resolve declarar guerra a Yemanjá e envia as suas tropas para buscá-la.
Yemanjá fica sabendo do perigo que corre e, depois de muito pensar no que deveria fazer para se proteger e vencer a batalha, resolve colocar espelhos de todas as formas na beira do mar. Os espelhos, naquela época, eram artefatos raros, pouco conhecidos.
Quando chega a hora da batalha, Yemanjá vai para a frente dos espelhos com uma espada em punho e, quando seus inimigos chegam perto, assustam-se com as suas próprias imagens distorcidas refletidas nos espelhos, e fogem apavorados contando ao rei que Yemanjá não é sozinha como haviam pensado, mas possui um exército de criaturas horríveis.
É assim que Yemanjá vence, sozinha, mostrando a imagem de seus inimigos a eles próprios. Yemanjá é uma Orixá altiva e muito inteligente, senhora de uma beleza e majestade sem igual. Ao final da guerra, Yemanjá dança mostrando a sua beleza e inteligência, pois é capaz de vencer a batalha sem derramar uma gota de sangue sequer.

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