terça-feira, 12 de maio de 2015

Iemanjá afoga seus amantes no mar



Iemanjá é dona de rara beleza
E, como tal, mulher caprichosa e de apetites extravagantes.
Certa vez saiu de sua morada nas profundezas do mar
E veio à terra em busca do prazer da carne.
Encontrou um pescador jovem e bonito
E o levou para seu líquido leito de amor.
Seus corpos conheceram todas as delícias do encontro,
Mas o pescador era apenas um humano
E morreu afogado nos braços da amante.
Quando amanheceu, Iemanjá devolveu o corpo à praia.
E assim acontece sempre, toda noite,
Quando Iemanjá Conlá se encanta com os pescadores 
Que saem em seus barcos e jangadas para trabalhar.
Ela leva o escolhido para o fundo do mar e se deixa possuir
E depois o traz de novo, sem vida, para areia.
As noivas e as esposas correm cedo para praia
Esperando pela volta de seus homens que foram para o mar,
Implorando a Iemanjá que os deixe voltar vivos.
Flores, espelhos e perfumes,
Para que Iemanjá mande sempre muitos peixes
e deixe viver os pescadores.
        Oxum faz as mulheres estéreis em            
 represália aos homens 



Logo que o mundo foi criado, todos os orixás vieram para a terraE começaram a tomar decisões e dividir encargos entre eles,Em conciliábulos nos quais somente os homens podiam participar.Oxum não se conformava com essa situação.Ressentida pela exclusão, ela vingou-se dos orixás masculinos.Condenou todas as mulheres à esterilidade,De sorte que qualquer iniciativa masculinaNo sentido da fertilidade era fadada ao fracasso.Por isso, os homens foram consultar Olorum.Estavam muito alarmados e não sabiam o que fazerSem filhos pára criar nem herdeiros para quem deixar suas posses,Sem novos braços para criar novas riquezas e fazer as guerrasE sem descendentes para não deixar morrer suas memórias.Olorum soube, então, que Oxum fora excluída das reuniõesEle aconselhou os orixás a convidá-la, e ás outras mulheres,Pois sem Oxum e seu poder sobre a fecundidadeNada poderia ir adiante...

Nanã fornece a lama para modelagem do homem


Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano,o orixá tentou vários caminhos.
Tentou fazer o homem de ar, como ele.
Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu.
Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura.
De pedra ainda a tentativa foi pior.
Fez de fogo e o homem se consumiu.
Tentou azeite, água e até vinho –de–palma, e nada.
Foi então que Nana Burucu veio em seu socorro.
Apontou para o fundo do lago com seu Ibiri seu cetro e arma,
E de lá retirou uma porção de lama.
Nana deu a porção de lama a Oxalá,
O barro do fundo da lagoa onde morava ela,
A lama sob as águas, que é Nanã
Oxalá criou o homem, o modelou no barro.
Com o sopro de Olorum ele caminhou.
Com a ajuda dos orixás povoou a terra.
Mas tem um dia que o homem morre
E seu corpo tem que retornar a terra,
Voltar a natureza de Nanã Burucu.
Nana deu a matéria no começo
Mas quer de volta no final tudo que é seu.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

   Oxalá cria a Terra





No começo, o mundo era todo pantanoso e cheio dágua,
Um lugar inóspito, sem nenhuma serventia.
Acima dele havia o Céu, onde viviam Olorum e todos os orixás
Que às vezes desciam para brincar nos pântanos insalubres.
Desciam por teias de aranha pendurada no vazio.
Ainda não havia terra firme, nem o homem existia. 
Um dia Olorum chamou à sua presença Oxalá, o grande orixá.
Disse-lhe que queria criar terra firme lá embaixo
E pediu-lhe que realizasse tal tarefa.
Para missão, deu-lhe uma concha marinha com terra,
Uma pomba e uma galinha com pés de cinco dedos.
Oxalá desceu ao pântano e depositou a terra da concha sobre a terra pôs a pomba e a foram assim espalhando a terra que viera na concha
Até que terra firme se formou por toda parte.
Oxalá voltou a Olorum e relatou-se o sucedido.
Olorum enviou um camaleão para inspecionar a obra de Oxalá 
E ele não pôde andar sobre o solo que ainda não era firme.
O camaleão voltou dizendo que a terra era ampla,
Mas ainda não suficientemente seca.
Numa segunda viagem o camaleão trouxe a notícia
De que a terra era ampla e suficientemente sólida,
Podendo-se agora viver em sua superfície.
O lugar mais tarde foi chamado de Ifé, que dizer ampla morada.
Depois Olorum mandou Oxalá de volta à terra
Para plantar árvores e dar alimentos e riquezas ao homem
E veio a chuva para regar as árvores.
Foi assim que tudo começou.
Foi ali, em Ifé, durante uma semana que quatro dias.Que Oxalá criou o mundo e tudo que existe nele. 

Histórias de Orixas




Oxumarê: No principio quando não havia separação entre o Céu e a Terra,

Oxalá e Odudua viviam juntos dentro de uma cabaça.
Extremamente apertados, um contra o outro.
Odudua embaixo e Oxalá em cima. 
Eles tinham sete anéis.
À noite eles colocavam seus anéis, e, aquele que dormia por cima sempre colocava quatro anéis, e o que ficava por baixo colocava os três restantes.
Um dia Odudua, deusa da Terra, quis dormir por cima
Para poder usar nos dedos quatro anéis.
Oxalá, o deus do Céu, não aceitou
Tal foi à luta que travaram os dois lá dentro
Que a cabaça acabou por se romper em duas metades,
A parte inferior da cabaça, com Odudua , permaneceu embaixo,
E a parte superior com Oxalá, ficou em cima,
Separando-se assim o Céu e a terra.